terça-feira, 27 de setembro de 2011

A gramatura dos vinis e a como a ressonância do local onde o toca-discos é posto pode prejudicar o som de um vinil


A gramatura do disco de vinil influencia sim, não tanto, na sua qualidade de modo geral. Posso assegurar que quanto ao fator de ressonância, sim, influencia. Como o conjunto vinil-agulha-braço é toda uma estrutura mecânica, e em mecânica existe o fenômeno da ressonância, esta é o verdadeiro fantasma dos engenheiros e audiófilos exigentes: Basta ir na literatura mundial para ver-se o quanto se debate sobre “ressonância de cantilever”, por exemplo. Cantilever é a estrutura em que a agulha está montada.

Como a ressonância tem a ver com a gramatura? Simples: Quanto menos massa (peso, em termos leigos), mais ressonância. E quanto mais ressonância, maior o cancelamento de freqüências desejáveis. Uma
chapa, por exemplo, ressoa mais que um bloco de ferro de 1 kilo. E assim por diante. Em relação ao vinil, este, quanto mais fino, mais é afetado pelo retorno das vibrações sonoras da caixa acústica em sua
superfície, que por sua vez provocarão uma realimentação sonora, fenômeno conhecido como “air born” ou microfonia. A microfonia pode ser de grave, de médias freqüências e de agudos, sendo a mais comum, a
de graves, no caso da dupla toca-discos e vinil.

É evidente que se cuidados forem tomados essa microfonia espúria não acontecerá. Ou pelo menos, acontecerá somente para as cápsulas muito sensíveis; as caríssimas cápsulas de bobina móvel – As conhecidas MC ou “moving coil”. Cuidados como o afastamento das caixas do rack do toca-discos e a sua massa (Peso) são imprescindíveis. Racks para suportar um toca-discos devem ser bastante maciços, dando-se preferência para os de ferro, granito ou outro material denso. Os de madeira devem der evitados a não ser que sejam bastante pesados e maciços.

Nos anos sessenta, quando a crise do petróleo não estava ainda por perto, os vinis facilmente eram encontrados nas gramaturas de 140, 160 e 180 gramas. Havia os de 200 gramas. Hoje eles estão sendo novamente reintroduzidos no mercado com essas gramaturas. Vide sites internacionais.

Em relação aos discos de shellac e acetato, esse peso já não influenciava tanto por causa de sua péssima qualidade em detalhar sulcos. Ou seja, estes materiais – Acetato e Shellac não tinham as propriedades que só foram conseguidas pelo PVC e consequente melhora na qualidade do disco de registros físicos, como é o disco de vinil.

E finalmente, não há nenhuma necessidade em fazer-se ajustes no braço ao variar de peso na hora de escutar um vinil mais denso, vale dizer, mais “pesado”. Não vou enumerar os pesos dos discos de shellac ou acetato, pois a variação era muito grande e esta em nada influía na qualidade. Influía sim, na sua resistência ao quebramento, pois estes dois materiais por serem de composição muito rígida, eram extremamente frágeis e quebravam com facilidade. Era comum na época dos gramofones os discos serem comprados em quantidades, o mesmo título, pois quebravam imediatamente ao cair.

E-mail: joaquim777@gmail.com